terça-feira, 30 de novembro de 2010

Review: The Temper Trap - Conditions


  1. Love Lost (3:33)
  2. Rest (3:52)
  3. Sweet Disposition (3:54)
  4. Down River (3:40)
  5. Soldier On (3:45)
  6. Fader (5:55)
  7. Fools (4:33)
  8. Resurrection (5:31)
  9. Science of Fear (4:17)
  10. Drum Song (3:20)
A banda australiana The Temper Trap recebeu considerável atenção quando lançou seu primeiro álbum, Conditions, em 2009. Sobretudo o single "Sweet Disposition", tocado a exaustão, fez a banda ganhar popularidade quase instantânea.

Apesar de contar com alguns clichês de bandas que querem ser ouvidas em rádios (músicas curtas e refrões pegajosos), Conditions possui vários momentos interessantes. O primeiro grande destaque é o vocalista Dougy Mandagi, que possui uma voz versátil (como em "Rest", com muitas variações) e que agrada facilmente desde a primeira faixa, "Love Lost", que deve ficar excelente ao vivo.


The Temper Trap - Love Lost

"Sweet Disposition" é aquela música formatada para fazer sucesso como single. Mas realmente a faixa possui uma melodia agradável, com uma bateria pulsante e mais um bom vocal dominante.


The Temper Trap - Sweet Disposition

"Down River", a faixa mais original, possui sons e coros mais diversos, enquanto a lenta e dedilhada "Soldier On" apresenta uma interessante mudança de ritmo no final. A energética (porém genérica) "Fader" é a faixa mais pop e descartável do álbum, na minha opinião. A melancólica "Fools" vem em constraste, e soa exatamente como uma música do U2, trocando somente o vocal.

"Resurrection" é outro destaque, com excelentes vocais de Mandagi. Por incrível que pareça, existe uma aura Pink Floydiana muito bem vinda por aqui. "Science of Fear" soaria ainda mais genérica se não tivesse alguns efeitos sonoros e trechos de gravações. O disco termina com a instrumental "Drum Song", que é inesperadamente interessante, com boas variações de bateria e riffs de guitarra.


The Temper Trap - Resurrection

Os australianos do The Temper Trap tiveram um início promissor. Conditions não chega a ser fantástico ou altamente recomendado, mas tem seus pontos altos que merecem a atenção de quem curte Indie Rock focado em um ótimo vocalista. O comentário mais engraçado que li sobre essa banda foi "The Temper Trap pode muito bem se tornar um Coldplay que está OK se você gostar". O pior que é isso mesmo...

sábado, 27 de novembro de 2010

Review: Explosions In The Sky - The Earth Is Not a Cold Dead Place


  1. First Breath After Coma (9:33)
  2. The Only Moment We Were Alone (10:14)
  3. Six Days at the Bottom of the Ocean (8:43)
  4. Memorial (8:50)
  5. Your Hand in Mine (8:16)

A banda americana Explosions In The Sky foi minha introdução no mundo do Post Rock, uma mistura de Rock, Jazz, Prog e música ambiente experimental. The Earth Is Not a Cold Dead Place, lançado em 2003, é o terceiro álbum do grupo e provavelmente o meu preferido de todo o gênero.

O disco é bastante homogêneo, com as 5 músicas (todas com mais de 8 minutos) se interconectando de maneira bastante natural. As faixas podem ser resumidas por ondas alternadas de guitarras sutis, acompanhadas por uma bateria muitas vezes minimalista, com algumas mudanças de ritmo súbitas, como em "First Breath After Coma" e "The Only Moment We Were Alone". Logo em seguida, sem pausa, inicia "Six Days at the Bottom of the Ocean", possivelmente a faixa mais agradável do álbum. Impressionante os lindos sons feitos com as guitarras por aqui.


Explosions In The Sky - Six Days at the Bottom of the Ocean

É bem interessante a meneira como a banda consegue fazer os instrumentos conduzirem as melodias de maneira tão suave e tão tranquila. As cordas são tão expressivas que você corre o risco de nem perceber que não existe vocal. Essa característica é bem marcante na faixa "Memorial", certamente uma das mais belas. "Your Hand in Mine" termina o disco com o mesmo tom de suavidade, formando facilmente um loop com a primeira música.


Explosions In The Sky - Memorial

A viagem musical proporcionada por The Earth Is Not a Cold Dead Place é extremamente recompensadora. Suas notas parecem se expressar de uma maneira diferente cade vez que você as escuta, mas sempre causando um clima de tranquilidade. Altamente recomendado para relaxar ou simplesmente vagar em meio a pensamentos tão abstratos quanto as próprias melodias.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Review: Riverside - Out of Myself


  1. The Same River (12:01)
  2. Out of Myself (3:43)
  3. I Believe (4:14)
  4. Reality Dream (6:15)
  5. Loose Heart (4:50)
  6. Reality Dream II (4:45)
  7. In Two Minds (4:38)
  8. The Curtain Falls (7:59)
  9. OK (4:46)
Este álbum foi um dos mais cotados por mim para o primeiro post do Cancelando Ruído. Na verdade, nem saberia dizer porque In Absentia levou a disputa. Com uma introdução dessas já pode-se ver o quanto eu aprecio essas 9 músicas aí em cima.

Out of Myself, lançado em 2003, é o primeiro disco da banda progressiva polonesa Riverside. E como todo debut de banda, especialmente daquelas que se consideram representantes do Prog, precisava mostrar algo diferente, chamativo e relevante. Mas o Riverside talvez tenha exagerado um pouco e ido além dessa premissa...

Quando acabei de ouvir "The Same River" já tinha a convicção de que essa banda seria excepcional. A introdução radiofônica, as linhas evasivas de guitarra/baixo cercadas pela bateria segura e a cortina de vocais suaves de Mariusz Duda (que também é baixista) são um início interessante. Então começam os teclados e mellotrons de Jacek Melnicki, ajudando a compor o ambiente. Na metade da música, quando os vocais tomam forma de vez, as camadas de som já são tantas que você se perde na corrente de melodias. Sem medo de ser precipitado, posso afirmar que essa é uma das melhores faixas progressivas que já escutei. E lembrem que é a primeira música do primeiro álbum da banda !


Riverside - The Same River

"Out of Myself" é claramente mais tensa, mostrando a face Progressive Metal da banda, com vocais nervosos que começam leves mas terminam em gritos que contrastam com a beleza dos teclados. "I Believe" começa com cara de interlúdio, com trechos de conversa. Mas o violão que se inicia logo em seguida, acompanhado por Duda no seu melhor momento do disco, torna essa melancólica música imperdível. "Reality Dream" quebra o ritmo lento, com 6 minutos instrumentais mais acelerados de alta qualidade.

A melancolia retorna em "Loose Heart", com solos suaves que denunciam as influências Floydianas e de bandas como Porcupine Tree, o que na verdade é quase uma recursão. Mesmo com os pseudo-guturais no final da música, essa faixa é predominantemente suave e melódica. O clima soturno é seguido pela "Reality Dream II", outra trilha instrumental preenchida com várias camadas sonoras.

Sussurros dão início a "In Two Minds", que possui como destaque as melodias vocais de Duda que parecem se misturar às passagens instrumentais e resultam em uma belíssima ambientação sonora. Uma das melhores do álbum.


Riverside - In Two Minds

"The Curtain Falls" é talvez a música mais completa em Out of Myself. Início e fim suaves, tom psicodélico ditado por coros e sussuros, linha de baixo acelerada e mais uma guitarra nos moldes Floydianos colocam essa música em uma segura segunda posição no disco.


Riverside - The Curtain Falls

"OK" fecha o álbum em um clima lento, suave e atmosférico. inlusive com a presença de um melódico trombone. Alguns podem achar sonolenta demais, outros simplesmente irão aproveitar.

O Riverside teve um início excelente com Out of Myself, trazendo composições elaboradas e agradáveis. Mais empolgante ainda é saber que a banda possui outros 3 discos tão bons ou até melhores, que são obrigatórios para quem como eu já havia se impressionado com este daqui.

sábado, 20 de novembro de 2010

Review: Anima Mundi - The Way


  1. Time to Understand (13:59)
  2. Spring Knocks on the Door of Men (26:32)
  3. Flying to the Sun (9:33)
  4. Cosmic Man (8:18)
Fortemente influenciada por grupos progressivos dos anos 70, principalmente pelo Yes, a banda cubana Anima Mundi lança esse ano seu terceiro trabalho, The Way. Talentosos representantes do Symphonic Prog, esses cubanos utilizam uma grande variedade de instrumentos em suas longas composições, criando verdadeiras viagens musicais.

A primeira música "Time to Understand" se inicia com ar épico, contrastado em seguida pela entrada do vocal melódico de Carlos Sosa. Daí em diante os sons variam com grande rapidez, passagens acústicas, trechos de flauta e diversas variações de teclado. Grande destaque para o final, quando uma guitarra suave coberta por teclados faz um lindo solo, terminando com um clima bem aéreo.


Anima Mundi - Time to Understand

Agora é a vez da faixa verdadeiramente épica, "Spring Knocks on the Door of Men", do alto dos seus 26 minutos. Impressionante como uma música tão longa, de tão agradável, passa tão rápido A grande presença de teclados e o uso de percursão variada às vezes nos faz pensar que estamos ouvindo a trilha sonora de um filme de aventura. Os solos de guitarra no meio da música são sensacionais e fazem o tom ficar um pouco mais melancólico. Mas logo em seguida o caos de teclados e bateria volta, acompanhado por um baixo proeminente. Próximo do final a melodia é suavizada novamente, graças ao retorno do vocal, seguido por flautas e violão.

"Flying to the Sun" é bem energética, com maior presença de vocais e uma bateria mais acelerada, seguida por uma linha de baixo constante. Mas os teclados de Virginia Peraza mais uma vez roubam a cena, tanto nos trechos mais rápidos quanto nos órgãos "de igreja" no meio da música.

"Cosmic Man" é praticamente interconectada à faixa anterior, mas com um ritmo um pouco mais suave. Os grandes destaques aqui são o baixo marcante durante todos os 8 minutos, e os solos de piano no meio da música e de guitarra no final.

The Way é a prova que ainda são lançados discos sinfônicos de excelente qualidade. Toda vez que ouço uma de suas músicas descubro novas passagens, novos instrumentos e viajo ainda mais !

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Review: This Town Needs Guns - Animals


  1. Chinchilla (4:22)
  2. Baboon (3:26)
  3. Lemur (3:09)
  4. Badger (4:53)
  5. Quetzal (0:35)
  6. Panda (3:25)
  7. Elk (3:46)
  8. Pig (3:46)
  9. Gibbon (4:27)
  10. Dog (2:52)
  11. Crocodile (2:31)
  12. Rabbit (4:43)
  13. Zebra (1:50)
A primeira coisa que me chamou a atenção nesse grupo britânico foi o nome, This Town Needs Guns. Um nome bem peculiar que já anuncia um certo senso de rebeldia. Então dou de cara com a capa do único álbum lançado até então, Animals, de 2008, uma imagem "feliz" cheia de, obviamente, animais. E os nomes das músicas ? Como esperado (?!), tirada da lista de um zoológico.

Mas então eu escuto a primeira música, "Chinchilla":


This Town Needs Guns - Chinchilla

OK, essa me pegou desprevenido. Que guitarra mais louca é essa ? E essa mudança de tempo constante ? A música tem menos de 4 minutos e meio e muda umas 6 vezes ! Interessante e desafiador, no mínimo.

Com o passar das faixas o estilo do This Town Needs Guns vai ficando claro. Apesar de ser rotulado como uma banda Indie, o grupo tem uma forte tendência para o Math Rock, que busca ritmos atípicos e complexos. O vocal de Stuart Smith não me empolga, mas não chega a ser desagradável.

"Baboon" continua a mostrar a perícia do guitarrista Tim Collis, que parece sofrer de hiperatividade. No final dessa música ele abusa de notas bem experimentais. "Badger" tem uma melodia mais lenta que a das primeiras faixas (apesar de também mudar diversas vezes) e é outro destaque do álbum.

"Panda" conta com passagens mais melódicas, mas não menos inventivas. A instrumental "Elk" é linda e melancólica, graças ao trompete que acompanha a guitarra errante de Smith. Mais um destaque do disco.


This Town Needs Guns - Elk

"Gibbon" talvez seja minha faixa preferida. Dessa vez o baterista Chris Collis é o principal destaque. A quantidade de variações com as baquetas nessa música é bem impressionante. Até o vocal parece soar melhor aqui.


This Town Needs Guns - Gibbon

"Rabbit" é outro ponto alto, contando inclusive com passagens de violino no final. O disco se encerra com a breve e excelente "Zebra", com um xilofone e mais violinos, formando um som bem diferente das faixas anteriores.

Animals é altamente recomendado para quem busca música instigante, original e de instrumentação complexa. Se a banda conseguir manter a qualidade nos próximos trabalhos se tornará uma grande referência nesse estilo bem particular de rock.

sábado, 13 de novembro de 2010

Review: Blind Guardian - At The Edge Of Time


  1. Sacred Worlds (9:17)
  2. Tanelorn (Into the Void) (5:58)
  3. Road of No Release (6:30)
  4. Ride into Obsession (4:46)
  5. Curse My Name (5:52)
  6. Valkyries (6:38)
  7. Control the Divine (5:26)
  8. War of the Thrones (4:55)
  9. A Voice in the Dark (5:41)
  10. Wheel of Time (8:55)
Inaugurando as bandas de Heavy Metal aqui no Cancelando Ruído em grande estilo: At The Edge Of Time, lançado em julho desse ano pelos alemães do Blind Guardian.

A banda dispensa quaisquer apresentações, já que para muitos ela está no topo do Power Metal há algum tempo, afinal esse já o nono álbum de estúdio deles. Eu já até comentei com o @Mauricio_Farina que o Blind Guardian é uma daquelas poucas bandas que você tem certeza que nunca lhe decepcionam quando lançam um novo trabalho. E eu estava certo.

O interessante dessa vez é a grande quantidade de passagens orquestradas e o instrumental intrincado, o que nos faz pensar que os Bardos estão se aproximando cada vez mais do chamado Progressive Metal, principalmente depois do excelente A Night at the Opera. Rótulos à parte, o Blind possui uma sonoridade muita característica, graças ao poderoso vocal do legendário Hansi Kürsch e as gutiarras aceleradas de Marcus Siepen e André Olbrich (junto com Hansi a principal mente por traz de todas as composições).

A primeira música, "Sacred Worlds" é quase a definição de épico. A introdução orquestrada brilhante que se mistura ao início das guitarras e culmina na voz do Hansi é uma das melhores aberturas de álbum da banda. O fato dela ter mais de 9 minutos é outro bônus muito bem vindo.


Blind Guardian - Sacred Worlds

"Tanelorn (Into the Void)" é aquela música rápida e empolgante bem ao estilo do Blind Guardian, Power Metal em alto nível. "Road of No Release" abusa do uso de piano para alternar passagens rápidas e lentas, mas não chega a ser um dos destaques.

"Ride into Obsession" possui ótimos coros, liderados por um vocal bem sinistro do Hansi, e um solo nervoso de guitarra no meio sensacional. Certamente uma das melhores.


Blind Guardian - Ride into Obsession

"Curse My Name"segue a mesma receita de baladas medievais dos bardos e não decepciona. O instrumental é especialmente interessante, com a presença de flautas e percursões variadas. E então se inicia "Valkyries", um dos grandes destaques também. A faixa é extremamente variada, indo do quase melancólico ao pedal duplo em questão de segundos. Ah, e o refrão é de longe o melhor do álbum.


Blind Guardian - Valkyries

O disco segue com "Control the Divine", com um refrão empolgante, que ao vivo deve ficar excepcional, e "War of the Thrones", outra balada ainda mais suave que "Curse My Name" e tão bonita quanto. Essa música é inspirada no livro "A Game of Thrones", primeiro volume da elogiada série "A Song of Ice and Fire", de George R. R. Martin.

Em contraste, começa a pesadíssima "A Voice in the Dark". Com mais um refrão memorável, segue a linha Power clássica da banda. At The Edge Of Time se encerra da mesma forma que iniciou, com outra música épica, "Wheel of Time". Também um grande destaque do álbum, essa música tem vocais rasgados do Hansi e ótimos coros permeados por mais passagens orquestradas incríveis. A transição instrumental no meio da música nos lembra porque o Blind é uma banda tão aclamada.

A qualidade de At The Edge Of Time é inquestionável. Considero obrigatório para qualquer um que se interesse por Heavy / Power / Progressive Metal.

Encerro o post prometendo a mim mesmo ainda ouvir esses mestres alemães ao vivo !

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Review: Opeth - Damnation


  1. Windowpane (7:45)
  2. In My Time of Need (5:50)
  3. Death Whispered a Lullaby (5:50)
  4. Closure (5:16)
  5. Hope Leaves (4:30)
  6. To Rid the Disease (6:21)
  7. Ending Credits (3:39)
  8. Weakness (4:09)

Da série "mais cedo ou mais tarde estaria no Cancelando Ruído", o sétimo disco da banda sueca Opeth, lançado em 2003, certamente é um dos meus preferidos.

Damnation é um pouco "enganador" para quem não conhece a banda, pois o Opeth é reconhecido como sendo um grupo de Death Metal ou Progressive Death Metal. Mas aqui o vocalista Mikael Åkerfeldt emprega somente vocais "limpos", nada de rosnados e guturais que marcaram os trabalhos anteriores.

"Windowpane" já inicia apresentando um tom suave, mas um tanto quanto sombrio. O solo de guitarra no meio da música é especialmente bonito e inspirado. Uma das minhas preferidas.


Opeth - Windowpane

"In My Time of Need" continua o clima intimista com uma melodia ainda mais melancólica. Mas o baixo e os teclados de fundo ainda mantém o clima sombrio, bem típico do Opeth. Aqui a voz do Mikael parece ainda mais realçada que antes. Excelente faixa.

"Death Whispered a Lullaby" apresenta algumas das melhores linhas acústicas e de guitarra do disco. Essa música é um destaque fácil com suas duas passagens mais psicodélicas no meio e no final. Ouvir essa faixa no fone de ouvido aumenta ainda mais a experiência.


Opeth - Death Whispered a Lullaby

"Closure" finalmente apresenta uma bateria um pouco mais diferenciada, mas não chega a ser tão marcante quanto as demais faixas. Talvez seja para dar espaço à fantástica "Hope Leaves" que vem em seguida. Essa música se destaca em todos os sentidos: dedilhados, vocal, linha de baixo, tudo criando um clima bem melódico. Pena que ela seja um pouco curta.


Opeth - Hope Leaves

As últimas três faixas mantém o tom sombrio do álbum, se baseando bastante nos vocais suaves ou nos teclados, principalmente "Weakness", que encerra o disco em um clima quase sinistro proporcionado pela voz de Åkerfeldt.

Tenho certeza que muitos não vão gostar de Damnation na primeira escuta. Mas quem souber aceitar uma proposta mais melancólica e intimista vai adorar todas as oito faixas desse excelente disco do Opeth.

Detalhe, o trabalho foi todo produzido pelo onipresente Steven Wilson, do Porcupine Tree, que mantém boas relações com a banda sueca e inclusive já anunciou um disco em parceria com o Mikael Åkerfeldt para 2011. Impossível não ser incrível.

Review: Temple of the Dog - Temple of the Dog


  1. Say Hello 2 Heaven (6:22)
  2. Reach Down (11:11)
  3. Hunger Strike (4:03)
  4. Pushin Forward Back (3:44)
  5. Call Me a Dog (5:02)
  6. Times of Trouble (5:41)
  7. Wooden Jesus (4:09)
  8. Your Saviour (4:02)
  9. Four Walled World (6:53)
  10. All Night Thing (3:52)
Temple of The Dog foi uma banda americana formada pelos cinco integrantes atuais do Pearl Jam e pelo Chris Cornell, do Soundgarden. O álbum de mesmo nome, filho único, foi lançado em 1991 e oferece um excelente misto de Grunge e Hard Rock.

O vocal do Chris Cornell, bastante característico e carregado de emoção, é o primeiro destaque por aqui. Logo na primeira música, "Say Hello 2 Heaven", isso fica bem claro. A faixa conta ainda com uma base de guitarra muito boa. É verdade que no final o Chris Cornell meio que rouba a música com uma energia impressionante.


Temple of the Dog - Say Hello 2 Heaven

Mas o mérito da banda não fica só no vocal. Não mesmo. Os excelentes solos e passagens instrumentais da longa "Reach Down" estão aí para provar e fazer dela minha faixa preferida. Aliás, o vocal fica até em segundo plano dessa vez.


Temple of the Dog - Reach Down (Part A)

Temple of the Dog - Reach Down (Part B)

Logo em seguida vem a mais lenta "Hunger Strike", agora com vocais do Eddie Vedder. A música é a mais formatada para tocar em rádios, mas é muito bonita.


Temple of the Dog - Hunger Strike

O álbum inteiro tem qualidade bem uniforme, mais destacaria, além das já citadas, "Wooden Jesus", "Your Saviour" e "All Night Thing", com um órgão e um piano que permitem uma melodia diferenciada.

No final das contas, Temple of the Dog consegue ser melhor que muitos álbuns do Pearl Jam e do Soundgarden, o que na verdade já é um grande elogio.

Agradecimentos ao @fredrhae por ter me apresentado esse disco pela primeira vez !

domingo, 7 de novembro de 2010

Review: We Were Promised Jetpacks - These Four Walls


  1. It's Thunder and It's Lightning (4:48)
  2. Ships With Holes Will Sink (3:22)
  3. Roll Up Your Sleeves (4:16)
  4. Conductor (5:28)
  5. A Half Built House (2:41)
  6. This Is My House, This Is My Home (3:17)
  7. Quiet Little Voices (4:21)
  8. Moving Clocks Run Slow (4:56)
  9. Short Bursts (4:40)
  10. Keeping Warm (8:12)
  11. An Almighty Thud (3:34)

A primeira coisa que me chamou atenção nessa banda escocesa foi o nome. "Nos foram prometidos jetpacks" é um nome no mínimo muito bom, daqueles que você queria ter pensado pra usar na sua própria banda ! Talvez seja pra compensar a capa do primeiro e único disco lançado até agora por eles, These Four Walls, de 2009...


We Were Promised Jetpacks - It's Thunder and It's Lightning

Mas o gosto duvidoso da capa é praticamente a minha única reclamação nesse álbum. Na verdade, ele tornou o We Were Promised Jetpacks uma das bandas Indie que eu mais respeito hoje em dia. "It's Thunder and It's Lightning" já abre mostrando uma mistura de sons leves que vão crescendo até explodir em um refrão nervoso. Gostei de primeira.


We Were Promised Jetpacks - Quiet Little Voices

As músicas são quase que totalmente focadas em cortinas de guitarra, alguns poucos solos bem colocados e no vocal peculiar de Adam Thomson. A variação entre as faixas é bem interessante, tendo desde as melancólicas "Conductor" e "This Is My House, This Is My Home" até "Quiet Little Voices", que apesar de ter a cara de música feita para rádio (refrão grudento até dizer chega), é uma das minhas preferidas pela energia empolgante.

De negativo diria que "A Half Built House" é um pouco pretenciosa demais, com trechos do The Conet Project (que já foram utilizados por várias bandas, inclusive Porcupine Tree) e que "Moving Clocks Run Slow" é bem genérica e, fora a guitarra no final, não oferece muito.


We Were Promised Jetpacks - Keeping Warm

Mas perto do final do disco a banda coloca uma faixa quase toda instrumental de 8 minutos. Mas espera aí, isso é mesmo uma banda Indie ?! "Keeping Warm" tem o mesmo ritmo crescente já explorado antes pela banda. As variações na segunda metade da música e a ousadia da banda em tentar algo um pouco mais diferente já valem à pena.

De vez em quando aparece uma banda nova com um trabalho inicial que chama a atenção. These Four Walls acertou por manter sons mais tradicionais sem deixar de explorar caminhos diferentes e, por isso, é altamente recomendado para quem gosta de bandas Indie originais. Agora é esperar pra ver se a qualidade se mantém nos próximos trabalhos.

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Tirei os links do Grooveshark, que está bugando...

sábado, 6 de novembro de 2010

Review: Porcupine Tree - In Absentia


  1. Blackest Eyes (4:23)
  2. Trains (5:56)
  3. Lips of Ashes (4:39)
  4. The Sound of Muzak (4:59)
  5. Gravity Eyelids (7:56)
  6. Wedding Nails (6:33)
  7. Prodigal (5:32)
  8. .3 (5:25)
  9. The Creator Has a Mastertape (5:21)
  10. Heartattack in a Layby ( 4:15)
  11. Strip the Soul (7:21)
  12. Collapse the Light into Earth (5:54)
Resolvi fazer no primeiro post do Cancelando Ruído o review de um álbum de uma das minhas bandas preferidas, Porcupine Tree. Essa banda britânica, já consagrada entre fãs de Prog, ainda é bem desconhecida do grande público, mesmo já possuindo 10 obras de estúdio.

In Absentia, lançado em 2002, é considerado o trabalho mais fácil de "absorver" do Porcupine Tree, já que não possui tantas passagens psicodélicas, como nos álbuns anteriores. Mesmo assim, está longe de ser algo trivial como música Pop...


Porcupine Tree - Blackest Eyes

É muito interessante ver a reação das pessoas ao ouvir a primeira faixa, "Blackest Eyes". A primeira impressão que elas costumam ter é a de se tratar de uma banda de Heavy Metal tradicional, por causa da bateria acelerada e a guitarra distorcida. Mas quando o vocal do Steven Wilson se inicia, a música se apresenta mais melodiosa e com um clima até bem intimista, típico da banda. Excelente contraste sonoro.


Porcupine Tree - Trains

Não existem faixas ruins aqui. Mas caso fosse necessário citar alguns destaques, escolheria "Trains", com seu ótimo solo acústico e seu final contagiante, "The Sound of Muzak" com uma bateria sensacional do Gavin Harrison, ".3", com sua linha marcante de baixo e seu clima onírico, e "Heartattack in a Layby", com sua aura de melancolia e um incrível refrão final.


Porcupine Tree - The Sound of Muzak

É importante comentar a versatilidade da banda, que no mesmo trabalho consegue ser pesada, como na instrumental "Wedding Nails" e na "The Creator Has a Mastertape", e leve e melancólica, como em "Gravity Eyelids" e "Collapse the Light into Earth".

Um ótimo álbum, recomendado especialmente para aqueles que não conhecem a banda e não sabem por qual disco começar.

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Tirei os links do Grooveshark, que está bugando...

Começando a cancelar ruído

Olá a todos !

A música certamente é uma das formas mais interessantes e instigantes de arte. Justamente por isso as pessoas possuem gostos musicais tão distintos e se inflamam tanto ao discutí-los.

Tão bom quanto escutar boas músicas é poder comentar com alguém o quão boa é aquela nova banda que você descobriu ou relembrar como aquele álbum clássico realmente é impressionante.

Seguindo esse pensamento, a idéia deste blog é exatamente essa, comentar sobre músicas que estou ouvindo, recomendar bandas e conhecer outras pessoas igualmente viciadas em música.

A maioria dos gêneros que estarão presentes por aqui são as mais diversas variações do Rock (Prog, Heavy Metal, Indie, Alternative, etc), mas nunca se sabe o que aparecerá na próxima postagem...

Não há a intenção de se colocar arquivos para download, mas cada post será recheado com faixas que poderão ser ouvidas durante a leitura. Sintam-se à vontade para contribuir com comentários ou indicar bandas e álbuns.

No mais, bem vindos ao Cancelando Ruído !
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